O presidente da Associação do Ministério Público da Bahia (Ampeb),
Alexandre Soares Cruz, em entrevista ao site Bahia Notícias, em
Salvador, avaliou o seu mandato que está completando dois anos e
esclareceu questões acerca da recomposição salarial dos membros do MP e
do pagamento da Parcela Autônoma de Equivalência. “Nós temos mais de 200
promotorias vagas no interior e, na nossa visão, houve um problema de
gestão do Ministério Público.
Sempre houve vagas no interior, mas esse
problema foi aprofundado com a criação de vagas na capital, a criação de
vagas na segunda instância – portanto vagas de procurador – sem o
adequado planejamento”, afirmou Cruz, que não se esquivou de temas
espinhosos, como a controversa PEC 37, que tentou retirar o poder de
investigação do Ministério Público. “Há um trabalho corporativo, de
entidades ligadas aos delegados de polícia que tentam retirar o
Ministério Público da investigação criminal, e claro, a gente resiste a
isso e sempre que a gente detecta alguma tentativa ali, às vezes
escamoteada, contra o Ministério Público”, disse o dirigente. Além
disso, comentou sobre os problemas enfrentados pelo MP-BA, como carência
de promotores e sedes e estrutura de trabalho. “Você precisa sair de
casa e ir para o trabalho gostando do que está indo fazer, sentindo que
você está realizando alguma coisa que justifique o seu papel social. Um
membro do MP que exerce a função de investigar, às vezes, inclusive,
figurões do meio político e econômico, não ter um gabinete para trabalho
é uma incoerência”, declarou.