Troca de mensagens com o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, indicam que
o presidente estadual do PMDB, Geddel Vieira Lima, atuou na Caixa
Econômica Federal, – da qual foi vice-presidente entre 2011 e 2013 – na
Secretaria da Aviação Civil da Presidência, e junto à prefeitura de
Salvador para atender interesses da construtora. Segundo informações do
jornal O Globo, Geddel também fez pedidos de recursos à empreiteira
destinados a aliados no interior na Bahia e para sua candidatura ao
Senado em 2014. Geddel também pediu emprego na empresa para um diretor
da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), autarquia
do Ministério da Integração Nacional, que havia sido demitido três meses
antes. As mensagens aparecem em um relatório da Polícia Federal,
encontradas em dois celulares apreendidos de Pinheiro, que foi preso na
7ª etapa da Operação Lava Jato. “Geddel aparece em algumas oportunidades
solicitando valores para Léo Pinheiro, em especial relacionado ao termo
‘eleição’ e outros apoios. Já Léo Pinheiro demonstra ver em Geddel um
agente político que pode ajudar na relação da OAS com órgãos e bancos
(Caixa, por exemplo)”, diz a PF. Em um dos recados, em 19 de abril de
2013, o peemedebista trata da Transolímpica, via expressa em construção
no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos 2016. “Amigo, aquele assunto
da Transolímpica, questão da trava domicilio/notificação da nossa parte
tá solucionado. Mandei o pessoal enviar uma minuta e se concessionária
der ok, já liberamos os 30 abs”, afirma Geddel, em mensagem reproduzida
por Pinheiro a outro interlocutor. Geddel se defendeu das acusações
durante uma entrevista à rádio Metrópole. "Com quem eu trocava mensagem?
Com alguém que tinha cometido alguma coisa errada? Era um dos maiores
empresários baianos e brasileiros. Não há nenhuma imoralidade em
conversar com empreiteiro. Eu sou um agente público, era minha
obrigação. Se você olhar as conversas, não tem nada de ilegal, nada de
códigos, de apelidos. Falar com Leo Pinheiro, só porque está preso
agora, tudo vira crime. Ele é meu amigo, não há absolutamente nada
demais", disse o peemedebista em entrevista à Metrópole FM.