Pouco mais de uma semana após a deflagração da Operação Alba Branca, que
investiga suspeitas de fraudes na venda de produtos para merenda
escolar em prefeituras de São Paulo, a Controladoria-Geral da União
(CGU) e os ministérios da Justiça e da Educação (MEC) anunciaram na
quarta-feira, 27, o lançamento de "força-tarefa" para intensificar a
fiscalização de desvios de recursos públicos na Educação, sobretudo, os
destinados a merenda e transporte escolar. Operação conjunta da Polícia
Civil e do Ministério Público paulista, a Alba Branca atingiu dois
importantes nomes tucanos do Estado: Duarte Nogueira, secretário
estadual de Transportes do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), e o
presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez. Eles foram citados
por investigados como beneficiários de propinas do esquema.
Investigados também citaram como participante da organização criminosa
Luiz Roberto dos Santos, o "Moita, que foi chefe de gabinete de Edson
Aparecido, secretário da Casa Civil de Alckmin. Santos foi exonerado um
dia antes de a operação ser deflagrada, 19 de janeiro. Os tucanos
rechaçam qualquer envolvimento com o caso. Na quarta-feira, a avaliação
do Palácio dos Bandeirantes era que a criação da força-tarefa do governo
federal tinha a finalidade de dividir as manchetes com a Operação
Triplo X. O governo federal afirma que a intenção é aumentar o número de
auditorias de gestões municipais, para tentar detectar novas fraudes e,
assim, realizar mais operações em parceria com a Polícia Federal, para
prender tantos agentes públicos como privados envolvidos nos delitos. O
ministro-chefe interino da CGU, Carlos Higino Ribeiro de Alencar, disse
que o órgão vai mobilizar mais servidores para intensificar as
auditorias e, assim, tentar ampliar o número de operações em parceria
com a PF. Segundo ele, de 2003 a 2015, foram cerca de 200 operações,
envolvendo desvio de mais de R$ 2 bilhões.