Fica claro constatar que neste momento, Itapetinga vive uma séria crise
de geração de empregos, talvez a maior de todos
os tempos, tendo em vista o crescimento populacional da cidade que cresce de forma desordenada, sem nenhum planejamento ou
políticas públicas voltadas para o ordenamento urbano e social. Temos
hoje, um núcleo urbano razoavelmente organizado no centro e uma
periferia crescente com as pessoas subempregadas ou desempregadas,
vivendo de bicos, com habitações deficientes, com poucas perspectivas de
um futuro melhor. Cria-se com isso um “caldo de cultura” para o aumento
da violência e criminalidade que é facilmente percebido por toda a
cidade.
Percebe-se também que a informalidade é o caminho para aqueles que não
encontram abrigo no grande empregador da cidade que é a Prefeitura,
salvo exceções em algumas áreas.
Este modelo de “dependência” do poder público foi construído para
funcionar assim. Foi pensado para ser um instrumento de dominação
política em cima dos trabalhadores contratados, com ou sem
especialização.
O governo estadual e municipal sinalizam muito pouco na implementação estruturada de
políticas públicas voltadas, principalmente, à periferia da cidade,
incluído os distritos de Bandeira e Palmares, visando reduzir esta enorme desigualdade
social que se acumula há praticamente 07 anos.
O que vimos nestes últimos anos de administrações foram borra de asfalto e políticas assistencialistas
não emancipadoras da cidadania, incompatíveis com o volume orçamentário
que transitou nos cofres públicos desta cidade. Repito sempre para
clarear algumas memórias esquecidas: mais de 12 milhões mensais
A herança de corrupção e roubalheira que ficou está aí sendo esfregada
na cara da população. Pessoas que estiveram e estão no poder ostentam
para quem quiser ver uma evolução patrimonial que não tem referência nos
proventos advindos da função pública. É um escárnio !
Estas ações foram feitas sempre de “cima para baixo”, com o Poder
Público decidindo sozinho o que é melhor para a cidade, sem a mínima
participação dos setores envolvidos para que se pudessem construir
soluções duradouras. Participação popular nas decisões políticas e
transparência com a coisa pública nunca foram “pontos fortes” destes políticos, que souberam construir uma “hegemonia política” na
cidade, sempre usando muito bem o poder econômico destes financiadores
de campanha e a estrutura da "máquina pública". São ora aliados e ora
adversários de acordos com suas conveniências pessoais e de grupos.
Existem também em Itapetinga aqueles “políticos satélites” que gravitam em torno dos
“dois capos” e que todo mundo sabe quem são.
É tarefa urgente em nossa cidade acabar com a brutal concentração de
renda e promover políticas de redução desta terrível desigualdade social
para desarmar duas grandes bombas humanas que se formam, crescem e já
estão explodindo na cabeça de todos: exclusão social e violência urbana.
Entretanto, para promover as mudanças necessárias é preciso ter coragem e
vontade política para romper com este modelo ou “esquema” de gestão que
“os mesmos” implantaram e querem dar continuidade.
Fica, entretanto, sempre aquela pergunta, principalmente quando se
aproxima uma nova eleição e estes políticos se mobilizam novamente para
pedir votos à população para si e seus apaniguados.
Editorial direto da Redação do RS/Portal Bahia