30 outubro 2015

Itapetinga: Quais sãos os efeitos da cidade que cresce de forma desordenada?

Fica claro constatar que neste momento, Itapetinga vive uma séria crise de geração de empregos, talvez a maior de todos os tempos, tendo em vista o crescimento populacional da cidade que  cresce de forma desordenada, sem nenhum planejamento ou políticas públicas voltadas para o ordenamento urbano e social. Temos hoje, um núcleo urbano razoavelmente organizado no centro e uma periferia crescente com as pessoas subempregadas ou desempregadas, vivendo de bicos, com habitações deficientes, com poucas perspectivas de um futuro melhor. Cria-se com isso um “caldo de cultura” para o aumento da violência e criminalidade que é facilmente percebido por toda a cidade.
Percebe-se também que a informalidade é o caminho para aqueles que não encontram abrigo no grande empregador da cidade que é a Prefeitura, salvo exceções em algumas áreas.
Este modelo de “dependência” do poder público foi construído para funcionar assim. Foi pensado para ser um instrumento de dominação política em cima dos trabalhadores contratados, com ou sem especialização.

O governo estadual e municipal  sinalizam muito pouco na implementação estruturada de políticas públicas voltadas, principalmente, à periferia da cidade, incluído os distritos de Bandeira e Palmares, visando reduzir esta enorme desigualdade social que se acumula há praticamente 07 anos.

O que vimos nestes últimos anos de administrações foram  borra de asfalto e políticas assistencialistas não emancipadoras da cidadania, incompatíveis com o volume orçamentário que transitou nos cofres públicos desta cidade. Repito sempre para clarear algumas memórias esquecidas: mais de 12 milhões mensais 

A herança de corrupção e roubalheira que ficou está aí sendo esfregada na cara da população. Pessoas que estiveram e estão no poder ostentam para quem quiser ver uma evolução patrimonial que não tem referência nos proventos advindos da função pública. É um escárnio !

Estas ações foram feitas sempre de “cima para baixo”, com o Poder Público decidindo sozinho o que é melhor para a cidade, sem a mínima participação dos setores envolvidos para que se pudessem construir soluções duradouras. Participação popular nas decisões políticas e transparência com a coisa pública nunca foram “pontos fortes” destes  políticos, que souberam construir uma “hegemonia política” na cidade, sempre usando muito bem o poder econômico destes financiadores de campanha e a estrutura da "máquina pública". São ora aliados e ora adversários de acordos com suas conveniências pessoais e de grupos. Existem também em Itapetinga aqueles “políticos satélites” que gravitam em torno dos “dois capos” e que todo mundo sabe quem são.

É tarefa urgente em nossa cidade acabar com a brutal concentração de renda e promover políticas de redução desta terrível desigualdade social para desarmar duas grandes bombas humanas que se formam, crescem e já estão explodindo na cabeça de todos: exclusão social e violência urbana.

Entretanto, para promover as mudanças necessárias é preciso ter coragem e vontade política para romper com este modelo ou “esquema” de gestão que “os mesmos” implantaram e querem dar continuidade.

Fica, entretanto, sempre aquela pergunta, principalmente quando se aproxima uma nova eleição e estes políticos se mobilizam novamente para pedir votos à população para si e seus apaniguados.
Editorial direto da Redação do RS/Portal Bahia