As investigações policiais levaram o MPE a apontar como autor do crime
o vigilante Adriano Silva dos Santos, 36. O outro envolvido no duplo
homicídio é o ex-pastor Fábio de Jesus Santos, 34, dono do veículo usado
para cometer os assassinatos.
A denúncia foi feita no dia 12 de fevereiro e até esta sexta-feira
(19) a Justiça ainda não havia decidido se a aceitaria ou não. Caso
aceite, Edimar, Fábio e Adriano, atualmente presos no presídio Nilton
Gonçalves, em Conquista, responderão por duplo homicídio triplamente
qualificado (motivo torpe, meio cruel e com recurso que impossibilitou a
defesa das vítimas). O vigilante Adriano ainda responderá por porte
ilegal de arma. Quando foram presos, ainda em flagrante, Fábio e Adriano
colocaram a culpa, diante da imprensa, no pastor Edimar, como mentor e
executor do crime.
Segundo a denúncia do MPE, no dia do crime ele aproveitou que estava
sozinho com as vítimas – a pastora Marcilene Oliveira Sampaio, 38, e a
prima dela, Ana Cristina Santos, 36 – para executá-las. “O denunciado
Adriano, que portava um revólver, determinou que elas deitassem no chão,
momento em que, aproveitando-se da impossibilidade de defesa das
vítimas, deferiu-lhes vários golpes na cabeça e na face, com um bloco de
concreto”, afirma a denúncia do MPE, assinada pelo promotor José
Junceira.
De acordo com a denúncia, o crime ocorreu por vingança, após a
pastora Marcilene e o marido, Carlos Eduardo de Souza, 50 (também
pastor), saírem da igreja de Edimar por desentendimento e fundarem um
novo templo. Edimar perdeu vários fiéis e, consequentemente, muito
dinheiro do dízimo. Carlos Eduardo de Souza era outro alvo dos
criminosos, mas conseguiu escapar após ser espancado. O que aconteceu
realmente na noite do crime ainda está confuso. O blog tentou contato
com o promotor José Junceira durante a semana, mas ele estava em viagem.
Segundo o blog da “Resenha Geral”, a denúncia do promotor fez o
seguinte relato sobre o caso: “Após abordar as vítimas, Edimar saiu no
veículo pertencente a Fábio – um Versa – com Carlos Eduardo e Fábio
seguiu com a L200 de Carlos Eduardo, ambos em direção ao município de
Barra do Choça. Fábio abandonou a L200 [numa área de zona rural] e
retornou em direção a Conquista dentro do veículo em que estava Edimar e
Carlos Eduardo. Já Adriano ficou na estrada com as vítimas Marcilene e
Ana Cristina”. À Polícia Civil, Carlos Eduardo relatou que era a todo
momento espancado por Edimar.
Mas porque ele não reagiu quando estava sozinho dentro do carro com o
pastor, que não estava armado, já que a arma estava com Adriano? Por
que ele só fez algo na volta, com três pessoas dentro do carro, quando,
mesmo espancado, teve forças para desviar a direção do veículo e
provocar uma batida? Outra pergunta: a defesa de Edimar afirma que em
todo momento Adriano intimidava o pastor preso com revólver. E por que
Edimar voltou ao local do crime para pegar o vigilante, na volta para
Conquista? Este fato, por si só, demonstra um conluio entre os três.
Segundo o G1, O promotor José Junceita solicitou à Polícia Civil uma
investigação mais detalhada para entender o por quê do marido da pastora
também não ter sido morto junto da companheira e da prima dela. “No
caso do Carlos Eduardo, eu devolvi o inquérito para a polícia para saber
por que ele não foi morto também. Também falta a conclusão de alguns
laudos para esclarecer por completo o que ocorreu no dia do crime. Mas
que os três [suspeitos presos] têm participação na ação não resta
dúvida” afirmou.
Suiça Baiana