17 setembro 2015

Governo detecta 164 professores com acúmulo ilegal de atividades

Depois da operação Multivínculo  que flagrou 1.447 servidores com acúmulo de funções – entre eles um médico com nove cargos -, o governo voltou a detectar 164 professores que deveriam cumprir regime de dedicação exclusiva nas universidades estaduais.
Segundo a Secretaria da Administração (Saeb), os profissionais estão acumulando ilegalmente outras atividades remuneradas e terão de devolver juntos R$ 11,5 milhões. Batizada como Dedicação Exclusiva, a operação descobriu que os educadores acumulam as atividades docentes com trabalhos remunerados em empresas privadas em diversas áreas e também em empregos públicos.

 Muitos atuam na área educacional, mas também existem diversos casos de professores trabalhando em estabelecimentos comerciais como farmácia, em bancos, em cooperativas, planos de saúde, empresas de eventos e até em uma igreja. A investigação detectou, ainda, docentes em empregos de prefeituras e no serviço público federal. Segundo o Governo, um docente com cargo de professor pleno, com regime de dedicação exclusiva e carga de 40 horas semanais, recebe um salário de R$ 15.111,26. Já para um educador nível pleno, com as mesmas 40 horas, sem dedicação exclusiva, a remuneração é de R$ 10.074,18. Um docente nível pleno, sem regime de dedicação exclusiva e carga horária de 20 horas, recebe R$ 5.037,09. A legislação veda o acúmulo de atividades remuneradas para professores com dedicação exclusiva e os servidores flagrados na operação terão de devolver ao Estado os valores pagos. 

O prejuízo aos cofres públicos está estimado em R$ 11,5 milhões. Eles foram flagrados depois que a Saeb cruzou dados de informações do Sistema Integrado de Recursos Humanos (SIRH) da Bahia, com outros bancos de dados. Foram identificados professores titulares, plenos, assistentes, auxiliares e adjuntos que recebem adicionais nos seus salários para trabalhar em regime de exclusividade. Entre os 164 professores, 51 são da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), 40 pertencem à Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), 36 lotados na Universidade de Santa Cruz (Uesc) e outros 37 da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).