Líderes de seis partidos na Câmara – DEM, PSDB,
Rede, PPS, PSB, Psol – anunciaram nesta terça-feira (24) que vão
obstruir oficialmente todas as votações da Casa enquanto o presidente
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se mantiver no cargo.
O grupo,
que esteve reunido durante mais de uma hora para alinhar uma posição de
protesto, informou que sequer participará da reunião do Colégio de
Líderes, que tradicionalmente ocorre no início da tarde das
terças-feiras, quando as legendas definem as votações da semana. “Vamos
comunicar que estamos nos retirando da reunião para ir ao Conselho de
Ética e dar todo o apoio. Saindo de lá, vamos a plenário em obstrução
total”, afirmou o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR). O
parlamentar acrescentou que a obstrução às votações não atingirá a
sessão do Congresso Nacional, marcada para 19h para apreciação de vetos
presidenciais.
Entenda - Eduardo Cunha é
acusado de adotar manobra para prejudicar a reunião do Conselho de
Ética da última quinta-feira (19), quando o colegiado apreciaria parecer
preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), que recomendou a
continuidade das investigações das denúncias contra o presidente da
Câmara. Em plenário, Eduardo Cunha abriu a Ordem do Dia,
anunciando que as sessões em todas as comissões foram declaradas
encerradas pouco antes das 11h para início das votações. Segundo
secretário da Mesa, o deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), que presidia a
Câmara na ocasião, decretou o cancelamento da reunião do Conselho de
Ética, provocando confusão no plenário. Centenas de parlamentares
criticaram a decisão. Em protesto, alguns ficaram de costas para a mesa
de comando do plenário. Outros, atendendo apelo da deputada Mara
Gabrilli (PSDB-SP), que ocupa a Terceira Secretária da Mesa, deixaram o
local em direção à sala do Conselho, a fim de tentar retomar a reunião.