O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou neste
domingo (13) durante manifestação contra a presidente Dilma Rousseff
(PT) em Belo Horizonte não preferir mais a saída da rival apenas pela
cassação da chapa da petista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Sempre achei que pelo tribunal seria possível um ‘stop and go’. Um
governo legitimado pelo voto para implantação de reformas estruturantes.
Mas hoje, qualquer saída sem a atual presidente da República é melhor
do que estendermos esse calvário do povo brasileiro por mais alguns
anos”, disse, se referindo à possibilidade de novas eleições em caso de
cassação pela corte.
Aécio esteve na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital,
onde cerca de 30 mil pessoas, conforme a Polícia Militar, protestaram
contra Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo organizadores, o total de manifestantes foi entre 70 mil e 100
mil. O tucano, porém, ficou pouco tempo na praça, se recusou a subir em
um dos caminhões de som para discursar, e seguiu para São Paulo, para ir
até o ato da Avenida Paulista contra a presidente.
A coordenadora do Vem Pra Rua em Minas, Carla Girodo, condenou o
comportamento do parlamentar. “Me chamou a atenção. Aécio foi chamado e
deveria ter discursado. Políticos não têm que esperar apenas aplausos”,
afirmou Girodo. Aécio foi citado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) em
delação cujo teor ainda não foi revelado.
O senador afirmou haver três “caminhos para o Brasil: o impeachment
da presidente, a cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) ou a renúncia. Uma das três saídas possibilitará o Brasil voltar a
sonhar com um futuro melhor”, disse. O ato deste domingo na capital
mineira foi o maior desde o início dos protestos, em 15 de março do ano
passado. Na data, 25 mil pessoas estiveram na praça conforme informações
da Polícia Militar à época.
Aécio afirmou que o Brasil assistiu hoje “a festa da cidadania”. “São
as praças e ruas do Brasil inteiro dizendo basta de tanto desgoverno,
de tanto descompromisso com a verdade”, disse. “Essa é a beleza da
democracia. Em paz e harmonia as famílias vieram para as ruas dizer que o
Brasil merece algo melhor. E vamos buscar a saída para esse impasse
através daquilo que a Constituição determina”.
Na avaliação do senador, a implantação do regime parlamentarista
seria um avanço para o Brasil. “Começa a ser discutido. Vejo como uma
alternativa a partir de 2018. Não há como implementar em um momento de
crise como esse, um regime que amanhã pode se fragilizar pela própria
crise. O parlamentarismo sempre foi para nós um caminho para o Brasil.
Vamos discutir com mais profundidade e quem sabe nos próximos dois anos
possamos ter uma emenda aprovada pelo Congresso Nacional e depois ser
objeto de referendo pela população brasileira”.
*NM