Itapetinga: Quando o "prefeito" fez sua leitura anual na Câmara Municipal, aproveitou para dizer que o pedetista secretário de Saúde Dr. Emanuel Santos, era o seu secretário favorito. Mais o que fez o secretário com a saúde de Itapetinga? O atual
estado de precariedade na saúde pública municipal beirando ao caos, e chama
atenção para uma questão que não tem sido observada por grande parte de nossa
população, principalmente os mais pobres, que são os mais afetados pela
deficiência desta política pública fundamental:
É óbvio que os interesses são incompatíveis. Com uma saúde pública
desqualificada, os segmentos de classe média e classe média baixa fazem um
enorme esforço no seu orçamento para adquirir um plano privado para que possam
ter um atendimento com alguma qualidade. O segmento mais pobre, sem renda,
fica inteiramente sujeito a precariedade do sistema.
Não precisa ser especialista em saúde pública para saber que o grosso dos investimentos precisam ser direcionados para a saúde preventiva, de base, priorizando os PSF’s ( atualmente ESF’s ) que antecipam diagnósticos e tratam doenças crônicas que podem reduzir, posteriormente, as emergências hospitalares. È preciso tratar em primeiro lugar da saúde das pessoas e não apenas das doenças.
Como não há uma política preventiva planejada e estruturada acontece uma sobrecarga no atendimento emergencial destas UPA’s e no Hospital Cristo Redentor , o que gera grande insatisfação na população e situações de stress nos médicos e demais profissionais de saúde.
Algumas perguntas ficam sem respostas:
Como pode
uma cidade privilegiada sob o ponto de vista orçamentário ter uma política de saúde
pública tão deficiente ?
Quais os interesses
que estão escondidos por trás dos elogios do prefeito ao secretário de saúde, seriam meros interesses políticos ?
Por que a
população não reage a este caos ?
A precariedade da saúde pública em Itapetinga já elegeu e continua elegendo muita gente. Cria-se a dificuldade para depois vender o favor e a facilidade. Os feudos existentes criam currais eleitorais. Quando não se consegue a marcação de consulta na inepta “Central de Marcação de Consultas” aparece um agente político para agilizar. Quando não se consegue o remédio no posto de saúde tem sempre um vereador amigo para “ajudar”, e assim vamos. Os mesmo usam a tribuna da Casa Legislativa para dizer que o problema é nacional.
Uns podem
mais e outros podem menos. Não há dúvida de que Itapetinga é um dos que podem
mais. Durante este período, milhões de reais transitaram nos cofres
municipais, fato que não deixam dúvidas que faltou competência e vontade
política para transformar este quadro.
Saúde Pública não é prestação de serviço. Trata-se de uma política pública fundamental, direito inalienável do cidadão, segundo a Constituição Federal, que teria que ser respeitado desde o primeiro dia de mandato.
A saúde pública de Itapetinga há muito tempo deveria ser objeto de uma CPI por parte da Câmara de Vereadores se houvesse compromisso e independência por parte de seus membros, além de respeito com a população.
Esta situação é mais uma prova da falência deste modelo de gestão que governa Municipal implantou e que aprofunda dramas sociais e enriquece uma elite sem compromisso com valores humanos essenciais.
O
patrimonialismo, o fisiologismo, o nepotismo, o assistencialismo sem cidadania
e a falta de transparência com a coisa pública precisam ser eliminados da administração
de nossa cidade. O melhor ou até o mais engraçado de tudo é que para mudar todo
este quadro depende apenas do nosso voto. Depende de nossa coragem, ousadia e
da capacidade de assumir riscos e responsabilidade com um amplo processo de
mudanças que envolva o executivo e o legislativo.
Rapidinhas da Bahia
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