20 março 2016

Ministro da Justiça diz que trocará equipe da PF em caso de vazamento

O novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, 56 anos, assumiu o cargo mostrando no primeiro dia porque foi escolhido para o cargo. Mandou de pronto um aviso para os seus subordinados hierárquicos da Polícia Federal-PF, de que trocará uma equipe inteira de investigação em caso de vazamento de informações. “Cheirou vazamento de investigação por um agente nosso, a equipe será trocada, toda. Eu não preciso ter prova. A PF está sob nossa supervisão. Se eu tiver um cheiro de vazamento, eu troco a equipe. Agora, quero também que, se a equipe disser ‘não fomos nós’, que me traga claros elementos de quem vazou porque aí vou ter de conversar com quem de direito”, afirmou Aragão em entrevista publicada neste sábado (19/3) pelo jornal ‘Folha de São Paulo’. Ele ainda destacou que não mexerá na PF sem motivos: “Não posso simplesmente dizer ‘não gosto desse daí’ porque está sendo muito eficiente. Eles têm de ultrapassar a linha vermelha, terem comportamento que não seja profissional. Venho do Ministério Público e sei quão caro é a independência funcional. Não que eles (polícia) tenham independência funcional, a polícia é um órgão hierárquico, muito diferente do Ministério Público”.
Delegados e delegadas da PF em apoio a Lava Jato e cobrando autonomia
Delegados e delegadas da PF em apoio a Lava Jato e cobrando autonomia para trabalharem
Eugênio Aragão  classificou de “extorsão” a maneira como as delações premiadas são negociadas e minimizou as declarações do ex-presidente Lula em uma escuta telefônica com a presidente Dilma Rousseff. Sobre a divulgação das delações, o Ministro da Justiça afirmou: “Aí nós temos uma atitude criminosa, porque quem vaza a delação está querendo criar algum tipo de ambiente”. Lula sempre criticou o antigo chefe da pasta, José Eduardo Cardozo, que hoje atua como advogado-geral da União, por não “controlar a Polícia Federal”. Nas primeiras 24horas de Eugênio Aragão, no cargo de Ministro da Justiça, delegados de Polícia Federal realizaram na sexta-feira (18), atos em apoio à operação Lava Jato, em todo país. Os policiais deram abraço simbólico nas sedes da PF como forma de demonstrar apoio as investigações de combate à corrupção e para pedir que o Congresso Nacional aprove a PEC 412, que prevê a autonomia administrativa e financeira da corporação, diz o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Carlos Eduardo Sobral.