As eleições municipais serão em outubro de 2016, mas as articulações
políticas já começaram através das ações dos partidos políticos.
Formação de nominatas de candidatos a vereador, possibilidades de
alianças na composição da majoritária para prefeito, as candidaturas
ligadas ao governo já ensaiam o fisiologismo no uso da máquina pública,
entre outras ações. A maior parte da população não se envolve, fica como
sempre, alienada de todo este processo, só participando efetivamente na
hora do voto.
As conversas envolvendo os partidos abordam acordos para cargos,
preocupação com o tempo de publicidade, esquemas nebulosos de cooptação de
possíveis candidatos, venda de candidaturas, venda de legendas
partidárias, a busca do financiamento privado para as doações, enfim,
aquele vale-tudo que se repete todo ano.
Não se vê uma discussão efetiva ainda sobre o futuro da cidade. Isso
parece não importar no momento. O importante é atingir o poder e
qualquer acordo, qualquer maracutaia e qualquer apoio político e
financeiro são considerados bem vindos.
O planejamento do futuro da cidade, um projeto de desenvolvimento,
envolvendo políticas públicas em áreas essenciais como saúde, educação,
saneamento, habitação, meio-ambiente e geração de emprego e renda são
absolutamente ignorados pelos partidos e candidatos conservadores.
A discussão em torno deste modelo de gestão pública implantado há
mais de sete anos nesta cidade, pelos mesmos políticos que tornam a
disputar a eleição, ou de forma direta ou através de seus indicados não
faz parte da agenda política. Será que ele foi benéfico para a cidade?
Deu os resultados esperados ?
Basta olhar para nossa cidade e perceber que a resposta não é satisfatória.
Faltou transparência com a montanha de dinheiro público que esteve
disponível nas mãos destes administradores ao longo destes anos.
Inúmeras denúncias de corrupção jamais foram apuradas. Houve um
aprofundamento da desigualdade social com consequência aumento da criminalidade. O enriquecimento claro desta elite que
governou a cidade e quer continuar governando salta aos olhos de todos.
Só não enxerga quem não quer. Itapetinga parece um “laranjal”.
A população precisa entrar neste processo de discussão. Precisa ser
estimulada. Precisa estar mais atenta as decisões políticas tomadas que
impactaram e vão impactar ainda mais suas vidas e o futuro de suas
famílias.
Esta insatisfação que está presente nas ruas precisa ser
transformada numa resposta para ser dada a estes postulantes, que ora
são adversários, ora são aliados, dependendo de suas conveniências
pessoais, sem levar em consideração o interesse público e coletivo.
É preciso romper este modelo de gestão e estas práticas políticas
que apequenam o debate de ideias, tão importante num processo eleitoral.
A campanha política não pode ser pautada em cima das candidaturas com
maior poder econômico. È preciso um olhar mais abrangente, observando
com mais atenção todas as alternativas presentes no espaço político.
Isso é de responsabilidade de todos nós. O voto do cidadão que ganha
um salário mínimo vale a mesma coisa do voto do grande empresário. Os
interesses é que são diferentes. A necessidade de atenção do poder
público também.
Não adianta criticar políticos e a política se continuarmos elegendo
os mesmos para tomar as decisões em nosso lugar. Toda generalização é
injusta. Tem muita gente boa e honesta atuando politicamente,
comprometidas com um processo verdadeiro de mudanças. A sociedade,
principalmente os seguimentos mais organizados, precisa ter a coragem e a
ousadia de apostar num novo projeto de cidade para Itapetinga, não mais
feito de cima para baixo, mas que envolva a participação coletiva de
toda a população.
Rapidinhas da Bahia