Cerca de um mês após Taís Araújo relatar que havia sofrido ataques
racistas em sua página no Facebook, outra atriz da Globo, Cris Vianna,
passou pela mesma situação neste fim de semana. Cris, no ar na novela
das nove A Regra do Jogo, afirmou em seu perfil na rede social nesta
segunda-feira que sua página recebeu alguns comentários covardes e
racistas, que foram imediatamente registrados e encaminhados à Justiça.
"Infelizmente, ainda passamos por isso em pleno 2015.
Recentemente, a
vítima foi a competente jornalista Maria Júlia Coutinho. E agora, apenas
um mês após minha linda colega Taís Araújo também ter sido vergonhosa e
covardemente atacada, aqui estamos novamente precisando enfrentar
racistas escondidos sob o pretenso anonimato da internet", escreveu a
atriz. Os comentários, em sua maioria falando sobre o cabelo de Cris,
foram publicados em uma foto da atriz na rede social. Após seu
comunicado, alguns deles foram apagados, mas outros permanecem na
página. Leia, abaixo, a publicação de Cris na íntegra: "Infelizmente,
ainda passamos por isso em pleno 2015. Recentemente, a vítima foi a
competente jornalista Maria Júlia Coutinho. E agora, apenas um mês após
minha linda colega Taís Araújo também ter sido vergonhosa e covardemente
atacada, aqui estamos novamente precisando enfrentar racistas
escondidos sob o pretenso anonimato da internet. Na noite do último
domingo, minha página do Facebook recebeu uma série de comentários
preconceituosos, imediatamente registrados e encaminhados à Justiça. Não
posso me calar. Se meu trabalho me permite alguma expressividade,
usarei minha voz por muitos que sofrem esse tipo de ataque racista
diariamente e voltam para casa calados, cansados de não serem ouvidos,
para chorar sozinhos. Como todos vocês, tenho orgulho da minha pele, do
meu cabelo, da minha origem e de tudo o que sou. Do que somos. E não
estamos sozinhos. Temos do nosso lado a lei - racismo é crime
inafiançável - e milhares de brasileiros que também acreditam num país
mais justo e civilizado, gente que entende que respeitar as diferenças é
mais que um dever e que está disposta a denunciar e lutar contra todo
tipo de preconceito. Sinto um encantamento profundo por essa mistura de
cores que embeleza o nosso país e nos faz, brasileiros todos, sermos o
que somos. A vergonha e a tristeza que sinto hoje são por essas pessoas
pequenas, pobres de espírito e de coração vazio, que, em 2015, ainda
insistem em reproduzir pensamentos há muito ultrapassados e desde sempre
absurdos. São covardes com mentes limitadas, incapazes de enxergar e
aceitar que somos todos, com as nossas diferenças e peculiaridades,
dignos do mesmo respeito. A essa minoria cega e burra, minha pena."